“Pois ainda acho um pouco de falta de maturidade de Helena. Terminaste comigo, com desculpas esfarrapadas. Helena nunca foi mulher de falar o que realmente sentia, ela se colocava na terceira pessoa, dizia-se confusa e pedia-me um tempo; Depois sumia. Mas não. Nunca. Ela nunca foi direto ao ponto. Nunca foi sincera como eu merecia que ela fosse. Helena parecia gostar de me maltratar e depois fazia carinha de triste, como um teatro perfeito. Eu morria de raiva, podia explodir e chamá-la de louca. Mas também nunca fui homem para falar-lhe todas as minhas dúvidas. Nunca fui homem para abrir-lhe o coração quando estive frente a frente, olhando-a olhos nos olhos. Fui mais sincero à meus amigos, que à Helena. Meus amigos entendem mais meu coração, que Helena. E veja só! Amo-a mais que meus amigos. (...) É que tenho medo, medo de magoá-la, ou medo de assustá-la. Ou, ainda, e o pior de todos: medo de decepcioná-la. De não ser aquilo que Helena quer. De não ser o bastante. De não preenchê-la. De não a satisfazê-la. – E a única vez, a única vez que disse à ela que tinha medo de não satisfazê-la, ela levou inteiramente para o lado do sexo. E, talvez, talvez eu tivesse uma certa insegurança de não satisfazê-la sexualmente e, Helena deveria entender minhas razões. Mas este era um medo em geral, tinha medo de faltar-lhe em tudo. Tudo! Queria ser perfeito para Helena. Queria que as pessoas notassem que eu era perfeito para ela. E todas as vezes que me contive, para poder ser perfeito; Eu a perdi um pouco mais. Contive meus medos, meu amor, minha entrega. Contive porque sempre achei Helena demais para mim. Ela era forte, destemida, inteligente, individualista, segura; E eu, eu era somente um poeta. Um poeta que tinha imenso prazer em amá-la, mas que morria de medo de perdê-la. Helena era as minhas forças. O meu minutinho de felicidade. Helena era a inspiração para cada verso que, outras pessoas, lendo-os souberam suspirar e entender os meus sentimentos. Helena era a minha virtude, o meu prêmio, a minha razão. E eu tinha um medo exagerado de mostrar isto à ela. Tinha medo de entregar todo o meu amor, porque Helena parecia não me amar. Porque eu me sentia uma pedra no sapato de Helena, todas as vezes que, ela virava para mim e dizia: “Eu não posso me apaixonar; Não agora!”. Porque eu me sentia errado, todas as vezes que ela dizia: “Cansei de fugir deste sentimento”. Então ela fugia! Então ela não queria... Então, Helena era tão covarde quanto eu e aquilo não daria certo.
E, não deu. Deu tudo errado. Helena terminou comigo. Rompeu. Pois um fim. Um “fim” silencioso. Um "fim" calado. Um "fim" que nunca existiu. Pediu-me um tempo. Mas nunca soube encarar-me e dizer-me: “Acabou. Adeus. Não quero mais”. Helena nunca foi mulher para isto. Fiquei sabendo do "fim" por meus amigos; Senti-me um bobo por todo o tempo que achei que era apenas "um tempo". – Helena, nem mesmo teve a dignidade de me escrever e me explicar, acabar com a minha raiva, pedir-me desculpas. Mesmo que seguíssemos separados, eu tinha o direito de uma explicação. Mas uma explicação séria, sem bobeiras filosóficas, nada de terceiras pessoas. Acho mais digno à quem ama, levar um “Não. Eu não quero mais!”, do que um “A vida é mais do que isto, estou confusa, o sentimento nunca é igual – um sempre ama mais que o outro”. Covarde! Helena, tu eras tão covarde quanto eu! Helena, tu acabaste comigo lentamente, mas não com a tua mentira, nem com as tuas traições – tu acabaste comigo com a tua falta de coragem.
Pois é bem isto. Lembras-te, Helena, quando nos conhecemos? O quanto xingávamos as pessoas desta cidade, porque elas eram covardes? Porque elas diziam uma coisa, e faziam outra? Porque elas queriam estar sempre certas e não eram sinceras consigo mesmas... Pois bem, [nós] agimos como elas. Fomos piores que elas, porque conhecíamos o nosso próprio erro. Somos dois covardes!, e eu me odeio todas as vezes que penso nisto. Porque até onde me lembro, éramos duas pessoas incríveis, cheias de vida, talentosas e que sabiam o quão simples era a felicidade. (...)
Helena, eu espero até hoje algum sinal. Qualquer sinal. Qualquer explicação; e eu entenderia qualquer motivo para o fim, desde que este motivo fosse verdadeiro. Chega de mentiras e cautelas. Sejamos sinceros.
Eu lhe vejo seguir a tua vida e acho isto bonito, embora ainda cause-me algum ciúme. E sigo meus dias normalmente, esforçando-me para que as pessoas pensem que eu não lhe sinto a falta e que, está tudo bem entre nós dois; Que ficou um laço de amizade, como dois adultos que deveríamos ser.
Pois não. Acho uma grande falta de maturidade, Helena. Me evitas como se não me conhecesses. – Não me queres? Tudo bem. Eu entendo. Mas não precisamos ficar fazendo isto um com o outro. Eu queria saber-lhe sobre a tua vida, como estás, como anda. Sabes que, não importa o que aconteça, eu sempre lhe desejarei o melhor. Porque lhe amo, porque lhe quero bem. Só acho uma infantilidade este silêncio; Este medo que me parece medo que tu tens de me dar esperanças... Achas mesmo que todas as vezes que tentei algum contato era porque eu queria que fosses minha namorada outra vez? Não, Helena. Eu não crio mais esperanças. Eu não sou tão bobo. Não nasci ontem. Também não vou morrer de tristezas, não sou tão sentimental assim. Eu só queria poder agir como um adulto, fazer valer à pena tudo o que passamos juntos com uma boa amizade; “amizade” mesmo que entre aspas, mesmo que distante. Queria poder olhar-lhe na rua e abanar a mão em tom de comprimento; E, não queria este medo de ser evitado.
Tu ages como uma criança emburrada neste silêncio.
Sei que, sempre fui um covarde por não declarar-lhe verdadeiramente as minhas inseguranças, lamentos e o meu amor. Mas eu tentava ser perfeito! Helena, eu sempre deixei meus braços abertos e expostos para que tu te aproximaste e te aconchegaste ao meu corpo. Eu sempre estive ali, jorrando amores para que tu me amasses.
Não sei reclamar dos teus erros, nem das tuas traições. Eu soube perdoar tudo aquilo. Só sei que o fim que tu deste, não foi digno. Sei que, vou amar-lhe para sempre, mesmo que outra pessoa leve o coração deste humilde poeta. Sei que, sigo minha vida, e que os [re]encontros nos pertencem. Mas, Helena... Helena... Teu nome não é Helena! Mas sejas feliz. Ficas bem. Não perde o sorriso, nem a tua força. Luta por teus objetivos. Enche-te de mais sonhos. Enriquece, cada dia mais, a pessoa maravilhosa que tu és. E, se um dia, puderes amar de verdade; Lembras-te do que fizeste comigo, e não faz de novo.
Eu aprendi o caminho.
O amor é fácil, Helena. Entregue-se!
Pois eu, ah!, eu... Eu, acho, que vou em busca de novas palavras doces.” – escreveu o poeta.
4 comentários:
Nossa, Que coisa linda esse texto, da pra fazer um filme ou uma novela mexicana né, sei lá, mas infim, muito bom parabéns Helena, Ops!! desculpe Gabriella..rsrsrsr
Vlw!!
lindo como tudo que você escrecre ;)
ops! acho que ainda estou pasmo com suas palavras e por isso digitei errado ali em cima... quis dizer "escreve".
Eu não, to fora!!
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