Tu me disseste que sou extremamente complexa. Falou-me em tom de elogio que sou inconstante. Pediu-me um Manual de Instruções. (...)
Serei sincera, com algumas demolengas; Por isso [concentre-se].
Não é porque meu coração foi partido, que terei algum medo de lhe amar. Não. Acho que o medo de amar não existe. Para mim, isto é desculpa para a falta de amor. Eu, – Eu sou entrega. Não gosto de metades, sou viciada em extremos. Acostume-se!
Prometo chegar devagar. Não quero causar grandes transformações em tua vida; Não agora; Nada de, “de repentes”; Quero que seja natural. Mas também não pretendo planejar esta naturalidade. Quero que se for para acontecer, aconteça; simplesmente. – Irei me entregar, e não conte com “limites”. Há muito tempo perdi noção do que são regras. Não gosto de jogos de conquistas; se você for gostar de mim, irá gostar do jeito que eu sou. Não irei hesitar em te ligar, se me apetecer conversar. Não irei hesitar mandar uma mensagem, se me apetecer lhe deixar um carinho. Não irei hesitar beijos e desculpas, se eu lhe desejar o corpo. Minha pele sempre falou mais alto que o orgulho. Nunca fui projeto de nada, sou apenas ser-humano.
Contas sempre com o meu perdão, mas não te esqueças do meu cansaço. Contas sempre com o meu amor, mas não te esqueças que sei mentir. Contas sempre com a minha verdade, mas não te esqueças: – sei manipular. Contas sempre com o meu respeito, mas não o falte. Contas com a minha discrição, mas não contas com o meu silêncio. Contas com a minha paciência, mas saiba que em algum momento irei explodir de raiva. Contas com a minha cumplicidade, mas não te esqueças de me dar espaço. Contas com o meu caráter, mas não te esqueças do meu cansaço. Contas com o meu sorriso, mas se, por acaso, não lhe sorrir; Preocupe-se!, há algo de errado.
Se eu permanecer em silêncio por muito tempo; cuidado!, isto é sinal de que não está tudo bem.
Se eu lhe disser: “não”, – insista! A minha primeira atitude é sempre negativa.
Se eu não quiser falar qual é o problema, apenas me abrace.
E me abrace sempre. Abrace forte. Como se tu estivesses me protegendo, como se tu quisesses me prender; Abrace-me, para arrancar-me o fôlego.
Implique comigo. Duvide de mim. Diga-me mais “não” do que “sim”. Mas faça tudo pelo teu modo, por tuas vontades; Faça o que [tu] desejas. Não aturo teatros e mentiras. Quero sempre acreditar que és aquilo que está em minha frente. Quero ter a certeza das tuas vontades, e de que tuas ações são sinceras.
Desafia-me! Não me deixas entrar na rotina. Coloque uma música, traga-me um bombom, chama-me para assistir um filme. Derruba-me da escada! Literalmente, se for preciso.
Tenha bom humor. Tenha paciência.
Preste atenção nas entrelinhas, e se achar necessário; Joga-me contra a parede e exija que eu seja mais clara.
Não deixa eu ficar guardando mágoas, pois uma hora eu as jogo fora, – e eu nunca soube direito como jogá-las sem tocar em alguém.
Não irei ficar cobrando explicações, então se explique sozinho; Se eu lhe sorrir ao final das tuas explicações, alegre-se!, tu me convences-te; Mas se eu lhe perdoar sem muitas euforias, mesmo que concorde em reatar, tome cuidado!, eu ainda estou desconfiada.
Fui criada com três regras primordiais: Respeito, Perdão e Amor. Então, irei lhe respeitar sempre. Irei lhe perdoar sempre. Irei lhe amar sempre. Irei sempre me esforçar para que tudo dê certo. Mas sou ser-humana, tem horas que a minha educação é esquecida; eu canso, e vou-me embora. Sou determinada e persistente até o ponto em que eu posso agüentar; depois eu desisto, me nego, coloco um fim.
A conquista é simples, difícil é manter o encanto. Difícil é conviver, difícil é mostrar os defeitos, difícil é dar o braço a torcer.
Talvez, bem talvez. Eu possa ser tudo aquilo que me disseste ontem à noite: Sincera, mas covarde; Honesta, mas insegura; Cheia de esperança, mas desconfiada; Exagerada, mas cautelosa; Dramática, mas realista. Realista, mas sonhadora. Um meio-termo de defeitos, um meio-termo de qualidades.
Talvez eu minta para agradar. Talvez eu leve desaforos para casa e os enterre no jardim secreto. Talvez eu tenha alguns mistérios, alguns segredos; Ou talvez... Eu só tenha medos.
Mas o meu medo, não é medo de amar. Meu medo é que [tu] não me ames. Notas a diferença?
Vou me entregar, e isto será fácil; Natural. Mas dentro de mim, algo, sempre cobrará a tua entrega recíproca. E se eu senti-la fraca, irei me afastar. (...)
Só estou no caminho, meu querido. E, às vezes, desejo a tu companhia neste caminho. Acho que ainda não é a hora de te segurar as mãos, mas a tua presença já me satisfaz.
Se tu ainda não te sentes em minhas palavras, espera até que eu possa lhe mostrar tudo o que escrevo no silêncio de meu quarto. Aquilo que guardo só para mim; dentro de mim, ou numa folha de papel...
Se tu tens medo que meu passado me assombre, ótimo!, partilhamos do mesmo medo. Mas se tu querias uma brecha para eu olhasse para frente; Ganhaste! Meus olhos estão abertos, faça-me enxergar.
Conquista-me, menino. Mas conquista-me assim, como tu já és. Não tente ser nada, não te cobres muito. Eu sou simples. Sou como você ou como qualquer outra pessoa. [Não há nada de especial em mim], lembre-se sempre disto. Então, já diria a minha avó: "Somos todos iguais. Não há nada demais. Por isso, faça aquilo que tu farias contigo mesmo. Coloque-se no lugar de quem tu amas. As relações se solidificam assim". Não há um motivo certo para o Amor, deixe-o brotar e tu verás como ele é lindo e real.
Ah! E eu me contradigo. Sou mesmo momentânea. Mas todos nós somos... Pois da vida, só entendo uma única coisa: ela é feita de momentos; Momentos curtos. Aprenda a lidar com eles. Como já citou Vinicius de Moraes: “O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades”. Não te desesperes!
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P.S.: Minha flor preferida é a Rosa Vermelha.