Respeite o tempo. Talvez eu tenha mudado de opinião.

sábado, maio 02, 2015

02 dias de 05 meses



"Tristeza dá profundidade. 
 Felicidade te eleva. 

Tristeza dá raízes. 
 Felicidade dá ramos. 

A felicidade é como uma árvore indo para o céu, 
 e a tristeza é como as raízes indo para dentro do ventre da terra. 

Ambas são necessárias. 

Quanto maior a árvore vai, 
mais fundo vai, 
simultaneamente. 

 Quanto maior a árvore, 
maior serão suas raízes. 

Na verdade, é sempre proporcional. 

Esse é o seu equilíbrio." 

OSHO

A DOR DE NÃO SENTIR DOR

"Nos fizeram acreditar que a solidão é silenciosa, fria, insuportável e que, se seguirmos sozinhos, não chegaremos até o final da trajetória. Mentiram. A solidão abraça o calor do medo. O ser humano é perfeitamente capaz de se adaptar a qualquer situação. É possível concluir a trajetória de forma solitária, embora sem muitos sorrisos. E, dentro da solidão, há alguns sons: o vento encostando nas janelas, os estalos inexplicáveis dos móveis, a bola batendo no chão da rua enquanto as crianças brincam, os gritos de socorro e a respiração. Quase uma música.",




O tempo é incontestável. Ano a ano construímos novas pessoas, cidades, pensamentos e, consequentemente, novas gerações. É incrível a metamorfose do ser humano e de seus costumes. O senhor Shiw Sang, residente no continente situado no outro lado do mundo, pensou em algo, comentou com a senhora Lidjew Saíu, e, em alguns anos, uma massa inteira tomou a opinião daquele senhor e a lapidou, lindamente. As informações se aperfeiçoam, a tecnologia é cada vez mais surpreendente e, aparentemente, tudo é saudável. Então, sentada em minha velha cadeira, eu pergunto: O que esperar de uma geração que evita sofrer?

O consumo é cada vez maior. Existem analgésicos para a dor física na cabeça ou a figurada dor no coração. Remédios, drogas ilícitas, receitas médicas. Nós fazemos qualquer coisa para nos tornarmos mais inteligentes, fortes e felizes. Para onde foi toda a história piegas do homem frágil que se tornou forte, acordando cedo e fazendo a sua própria história? Agora vendem essa biografia no marketing do delicioso fast food, entretanto, é apenas marketing, não é? Tudo se tornou ficção.

Para a atual geração ser especial não é o bastante, é preciso ser mais que o outro. É proibido chorar e devemos rir com cautela. Há a necessidade de se demonstrar integralmente satisfeito com a vida diante às redes sociais. Contagiar amigos virtuais com publicações e conquistar fãs. É preciso ser mais que o outro. Alimentamos o ego e, sem perceber, desidratamos a alma. Então, ao deitar a cabeça no travesseiro, os pensamentos estão acelerados, não possuímos a vida que almejamos e a sociedade é injusta...

Ficção. A vida não é injusta. É a ingratidão que prevalece cada vez mais. Ser amado profundamente por seus pais ou por uma única pessoa parece insuficiente. Nós desejamos ser amplamente amados. Tolice! Ser amado uma vez na vida, mesmo que por um breve momento, é motivo para uma gratidão infinita.

A terceirização é explicita em todos os ramos da atual vida. Terceirizamos os afazeres domésticos, terceirizamos a culpa por chegarmos atrasados, terceirizamos até mesmo a educação das nossas crianças. A geração do “é só esquentar no micro-ondas” tem consciência de onde quer chegar, no entanto, vivem com pressa e não anseiam apreciar o caminho. Porque a felicidade se tornou fácil, não é? Tudo agora tem valor patrimonial. Agora nós vendemos músicas, filmes e compramos pequenas alegrias. “Business, baby. Tudo é business.”.

Sentimentos inconstantes são reflexos de atitudes inconstantes. Não queremos firmar raízes ou construir uma casinha como o João de Barro. A ambição é por um apartamento luxuoso que, de preferência, seja a beira-mar. Porém, não imaginamos este apartamento envelhecendo. E, quando acontece, nós apenas compramos um apartamento maior... Remédios, drogas, terapias e divórcios. Estamos evitando o envelhecer, as reformas e as dificuldades. Afinal, se persistirem os defeitos no produto, nós trocamos.

Há duas canções brasileiras que, em sua simplicidade, ensinam pelo menos vinte anos de experiência. “Maria, Maria” de Milton Nascimento e Fernando Brant e “Disparada” de Geraldo Vandré e Théo de Barros. Ambas descrevem a fortaleza da pessoa humana. Uma diz que é preciso ter força e raça, e, a outra, nos ensina a dizer “não”, a aceitar a morte sem chorar, pois, a morte, o destino e tudo, estão fora do alcance.

Prepare o seu coração, pras coisas que eu vou lhe contar: é preciso consertar o encanamento ao invés de simplesmente trocar a torneira, semelhante é o casamento, a profissão e os filhos. Plante a semente, cuide minuciosamente do seu plantio, colha os frutos e não se esqueça de ser grato e transmitir isso. Há três fases imprescindíveis na vida: ser boi, boiadeiro e rei. O boi obedece, o boiadeiro tenta dominar a boiada e o rei precisará fazer um bom reinado. E pode não lhe agradar...