– Você nunca teve vontade de fazer as coisas de maneira certa?
– Tive. Tenho, na verdade.
São Jorge Portenlle, 29 de Abril de 2009.
"Querido Caio,
em resposta às perguntas de sua carta. Tenho esta única opinião: "sejas feliz".
Olha, rapaz. Não se preocupe comigo. Eu aprendi a viver sem você. Na verdade, – eu sempre soube. – Tu foste sempre ausente. – Eu nunca lhe tive em minha vida. E não levo como um drama saber que tens um outro amor... Nunca foste meu. Eu sempre tive que lhe dividir com algo: várias mulheres, amigos, vícios, ex-namorada. – Quando tu foste embora, eu senti a mesma falta que sentia enquanto estavas aqui.
em resposta às perguntas de sua carta. Tenho esta única opinião: "sejas feliz".
Olha, rapaz. Não se preocupe comigo. Eu aprendi a viver sem você. Na verdade, – eu sempre soube. – Tu foste sempre ausente. – Eu nunca lhe tive em minha vida. E não levo como um drama saber que tens um outro amor... Nunca foste meu. Eu sempre tive que lhe dividir com algo: várias mulheres, amigos, vícios, ex-namorada. – Quando tu foste embora, eu senti a mesma falta que sentia enquanto estavas aqui.
Não sinto ciúmes do seu novo amor. E, por favor, não tente mentir. Eu conheço as falhas da tua voz, os olhos perdidos em segundos, a mão que ausenta o contato... conheço os sinais das tuas mentiras. Sei que estás com ela. – E apenas me preocupo...
Rapaz, se tu gostas dela... Agarra! Proteja ela, escute ela, cuide dela. Peça-a em namoro, leve-a para jantar, andem de mãos dadas. Trate-a bem. Tu não vês o quanto perdes ao se privar disso? Amar de verdade faz bem! Tratar bem quem nós gostamos, pode ser difícil, mas nos traz grandes recompensas.
Tu não sentes falta de mensagens de Bom Dia ao acordar? De chegar em casa e ter comidinha pronta? Da ajuda para lavar roupa? Da falta do chá da mãe que é suprida pelos cuidados da namorada enquanto estás doente? – Não sentes falta de um convívio não doloroso e sem complicações? – Não tens vontade de amar sem medidas e ter aquela felicidade simples, e, ao mesmo tempo, tão bonita?
[...]Pare com essa mania de se esconder da vida, de querer fazer tudo errado, de fazer de conta... – Escuta a voz dessa menina. – Abre os braços para uma vida nova e doce. Faz certo, dessa vez, – não faça ela passar o que eu passei.
Não minta, não fuja, não confunda; não seja covarde. Não faça mal à ela. Não seja injusto com quem canta à você. Não brinque, rapaz.
Não brinque, pois a vida não poderá lhe pagar com a mesma moeda. Acredito que, ao partirmos um coração, a vida trata de nos deixar desempregados. Sabe? A gente entra em depressão com nossa própria vida. Perde emprego, amigos; bebemos mais; largamos faculdades... – Ficamos mal, sem saber porque a vida nos castiga. – Porque só ficaremos bem quando tratarmos [todos] bem, até os que não respondem às nossas gentilezas. – São os espelhos da vida, rapaz. Cuidado!
Ter cuidado é tudo que eu tenho feito. Abro olhos, dou-me novas chances, fecho janelas. Eu tomo cuidado. Eu miro a flecha naquilo que me faz bem e escuto as palavras certas. Eu tenho pouco tempo... Não poderei errar outra vez.
Não sejas tolo, rapaz. É impossível ser feliz sozinho. Trate-a bem. – Alcança o telefone, disca o número, liga para o teu novo amor. Chame-a para sair. – Comece uma nova vida, mas, dessa vez, que seja verdadeiro.
Que seja verdadeiro,
repito todas as noites antes de dormir.
Que seja verdadeiro,
Que seja verdadeiro,
Que seja verdadeiro.
Meu Deus!
Que seja verdadeiro, por favor!
Com amor,
Alguém Que Não Lhe Quer Mais.".
Um comentário:
Desapego é a melhor solução quando o que temos não nos faz bem. Belo texto. Bom estar por aqui.
Grande beijo
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