Preciso dizer que eu não quero, mas é melhor que tu te vás. Porque tu já me machucaste demais. Meu coração não é mais batidas aceleradas. Ele é a esperança de alguma batida que venha em ritmo de gratidão. Ele é o caos que já terminou, a comida que já esfriou, ele é a solidão de quatro paredes. Tu estás fazendo tudo errado, outra vez. E eu falo como se não soubesse que assim seria. Eu soubera. Tu não mudarás. Tu irás ser sempre o mesmo. Eu é que preciso deixá-lo. Deixar de querê-lo, deixar de senti-lo, deixar de amá-lo. Eu quis tanto que tudo desse certo. Eu quis e fingi tanto para as outras pessoas que eu não me importaria. Eu quis ser forte. Eu quis não ter que escrever estas palavras. Quis virar livro de auto ajuda, fazer histórias de amor, me enganar por aí, escrever e fugir das geladeiras da vida. Eu quis, queria, quero amor.
Embora já não seja qualquer tipo de amor. Eu sinto falta de todos os tipos de amores. Eu ando sozinha... Sozinha de casa, sozinha de amigos, sozinha de namorado, sozinha de mim. Sozinha de mim é o pior de todos. Eu ando – sozinha – de mim. Onde estou não sei. Onde vou não sei. O que quero é muito. O que não quero acontece. Vida, vida, vida – pra onde é que tu me levas? Por que é que não me carregas? Por que é que ainda estou aqui?
Eu preciso ir embora daqui e ninguém mais enxerga o quanto tudo não deu certo. É meio lógico o meu desconforto. E ninguém se preocupa com a minha falta de voz. Querem me empurrar pra um lugar que vai terminar com a minha fé. E o que eu faço? Eu tenho medo de qualquer tentativa de enfrente, em frente, tente ou prossiga. Eu abomino as mortes que virão. E, se perguntarem, por que eu pareço triste, a resposta é fácil: Ela sabe que precisa ir embora.
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