"O que desejo é libertar
todas as minhas fraquezas,
chorar até que acabe o fôlego,
dormir até que os dias melhorem,
afogar-me em toda a piedade gratuita,
pedir todo o carinho e os abraços que me faltam,
tornar-me a vítima que tenho todo o direito de assumir.
Mas desejar nem sempre é poder, ou permitir,
então engulo o desânimo e a dor
e sigo a encarar, todos os dias,
todas as pessoas que sempre
só perceberão o que te falta,
sem tempo para entender
as dificuldades
do que
te cabe.
Assim sigo,
independente
de como me sinto,
arrastando os
dias como posso,
regatando sonhos,
tentando acreditar
que as coisas boas vão sim
perdurar, enquanto durar
este pequeno intervalo,
criado por novos anos
que tão logo acabam,
e que aprendemos
a chamar de vida."
SOBRE A RESILIÊNCIA E A VONTADE DE ABANDONÁ-LA, POR LARISSA CARAMEL EM OBIVIUS