13/06/2011
– Quantas vezes você já perdeu algo ou alguém que lhe animava por momentos que não lhe trariam coisa alguma? Os preços que se pagam.
"Algo na morte me atrai e me assusta. O que me instiga são os finais, e não há final mais certo do que a morte. Se um personagem morre no final, sua história acaba. Caso contrário, ele segue uma vida. Uma vida que me atormenta.
Todos os dias os personagens que não tiveram fim me assombram, pedem para que eu escreva sobre e conte o que há. Eles querem que eu explique suas dúvidas e resolva seus problemas. – Mas não posso. – Palavras são apenas palavras. E escrevê-las é de mim, mas jogá-las fora é do mundo.".
Sei que escrevo e quem lê espera me encontrar ali. Não sei bem em quantas palavras estou, mas sei que em poucas me manifesto. Não tenho coragem. Escondo-me nas metáforas e mentiras. São as invenções de quem tem alma inquieta, de quem sofre, de quem foge. São as cinzas de um cigarro que não foi tragado. São os desvios de caminho e falta de conduta. – Desculpe-me as bobagens, eu não sei ser direta.
Quando leio palavras, sei que quem as escreveu não contou o que sentia. – Não é contar, escrever é entender. – A gente larga palavrinhas tolas ali, vai desenhando as letrinhas, até entender o que está dentro de nós. Daí tantas controvérsias: – pessoas são momentos. Sentimentos são passageiros. Se nós escrevemos para entender o que se passa, sentimos enquanto, depois não mais. – Por isso o perigo.
Escrever é perigoso, porque palavras são para sempre. Quem as lê, as leva. Acha que aquilo está dentro de mim em todos os momentos. Acha que sou aquilo. Acha que eu posso ser tão boa quanto minhas palavras. E não sou.
Um alerta: Quando se escreve, não consegue se contar o que realmente se sente. É impossível. Você enfeita, tenta não errar o português, foge do jeitinho errado e certo de contar, e acaba virando outra coisa. Outra coisa que leva à uma conclusão. Conclusão que enche minha cabecinha de sonhos e fantasias, que me traz verdades, que me faz enxergar: “ – Sim. É isto.”.
Atente-se ao fim e ao começo, prendam-se aos pequenos detalhes, juro que irão entender, pelo menos, ¼ do que eu senti. Porque até quando escrevo sobre o futuro, eu falo sobre o que já senti.
Então, desculpem-me os vários erros de ortografia. Eu preciso sentir e escrever. Não posso simplesmente usar as palavras mais ricas da língua; E confesso que acho que quem fala em muitos detalhes, não sente. Sentimentos são bem puros. São bem simples. A gente não precisa conjugar verbos corretamente e não há necessidade de dominar quatro idiomas para falar: “Eu amo você”. Então poupem-me as delicadezas exageradas, concentrem-se nas gírias cotidianas e falem com aquele jeitinho manso e brasileiro que, vocês sentem algo.
Porque eu já não suporto as pessoas falarem sobre elas em todos os momentos. Não agüento a forma como precisam colocar para baixo outras pessoas para se sentirem maiores. Acabam com a minha paciência esses discursos de paz, quando se vê de longe que não estão em paz nem consigo mesmas. Perco-me em fúrias ao ver que muitos falam, poucos fazem, e desperdiçam meu tempo com seus blá blá blá de vida e como conquistar algo. – É preciso mais do que belas palavras, é preciso de força de vontade e caráter para chegar até o fim.
A gente sabe que todos os livros não vão fazer da sua vida a melhor vida. Inteligência é diferente de sabedoria. Eu ainda não consigo entender se as pessoas nascem ou adquirem sabedoria. Mas eu conheço pessoas que não tiveram estudo e conquistaram mundos. Pessoas que podem sorrir todos os dias sem se preocupar com as nossas futilidades bobas. Conheço pessoas que tem “algo” dentro delas que me acende esperança.
A gente sabe que para vencer na vida só é preciso de esforço. Que o mundo hoje é competitivo; mas sem humildade a gente não cai, despenca. A gente sabe que tem muito hip-hop por aí fazendo rimas que são verdadeiras, enquanto o nosso rock ‘n roll está bajulado de gente que entende muito, mas pouco sabe dessa vida.
Tem gente que sabe conceitos, e tem gente que entende de vida.
Seus martírios me decepcionam. Eu vivo num mundo em que todo mundo faz barulho, e eu só quero silêncio. Esse barulho afasta nossas crenças de felicidade. A coisinha aqui é bem simples: fale baixo, tenha sotaque, use gírias, abaixe a cabeça, repita roupas, descabele-se, desarrume-se, perca a pose. Eu duvido que você consiga mostrar o que realmente és.
Então, todas as vezes que me achar enferma, descabelada, amarela, magra, boba, gentil demais, seca demais, ou, sei lá, saiba: - eu tô sendo eu, neguinho.
Estou matando meus personagens, vencendo meus fios de cabelo e vendo o mundo gritar aquilo que nunca fará parte de mim. – Não venha com suas rotinas. Eu não sei viver a vida das outras pessoas... Eu vivo a minha vida, porque só a minha, já me traz muito trabalho.
E se você não entendeu nada, arrisque-se ler novamente, encontrar detalhes e apegue-se ao: A gente escreve para nos entender, não para contar algo. – Assim fica explicado a falta de concordâncias.
Assim, eu peço mais naturalidade. Porque o mundo não é esta festa que obriga máscaras no figurino. Nada disso! Eu gosto de gente que é gente. Que me faz gostar delas por serem elas mesmas. Porque essas sim, sim, elas me fazem sorrir.
Eu tenho dentro de mim, algumas histórias e inquietações, que se acalmam com sorrisos. Eu preciso sair por aí e acalmar-me ainda mais. Não me peça paralisações, faça-me parar às vezes. Mas não espere que eu fique aqui para sempre. – São pássaros que voam. As penas que cobrem e, no entanto, as asas que deixam o vôo bonito.
Faça mais que a teoria. Atitudes contradizem palavras. Seja você, mesmo que atrapalhe. O verdadeiro vai gostar de você do jeito que você é. Eu gosto de gente que age, não de gente que fala. – Bem vindo aos meus clichês.
Um comentário:
Tem gente que sabe conceitos, e tem gente que entende de vida.
eu prefiro saber da vida, ora pois. A vida um dia me ensina seus conceitos.
great, sweetie =D
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