As palavras emudeceram minha boca e tomaram minha mente. Abaixei a cabeça, peguei o lápis e comecei a escrever. Escrever sem pausas, sem olhar para os lados, escrever e escrever. Sentada no meio da sala, chamei a atenção do professor e alunos que observavam a colega estranha. Com voz cautelosa, o professor me interrompeu:
– Gabriella, está anotando minha explicação em seu caderno?
E com a voz de quem não suporta ser interrompida, respondi:
– Não. Estou escrevendo meu diário.
Foi quando entendi que o meu lugar era sempre a última carteira da fila. Sem chamar muita atenção.
Eu não entendo até que ponto você consegue enxergar meus sentimentos. Porém, é importante que você o saiba. Eu tive que largar a menininha mimada e superar barreiras para andar ao seu lado. Muitas vezes, quando não o fiz, você me encarou e deixou claro que eu não deveria agir com você da maneira que agiria com qualquer outra pessoa. Me fez amadurecer, olhar a vida, entender o que era a fé que existia dentro de mim, e – por isso – eu tentei ir embora algumas vezes.
Não é e nunca foi fácil ter que aceitar o quão imatura e tola eu me tornei por minhas atitudes. Não consegui aceitar o fato de que, muitas vezes, eu me perdi. E pedir-lhe desculpas por meus exageros foi perder o meu orgulho. – Eu nunca soube perder. – E tive que aprender que perder nem sempre significa derrota. Algumas vezes a perda é reflexo das marcas que ficam após ter tido uma grande experiência.
Você, e seus onze anos mais velho do que eu, mostrou-me que a maturidade não é questão de idade. Deixou-me entrar na sua vida e me fez baixar a guarda para que entrasse na minha. Apresentei ao pai, mãe, irmão e cunhada. Cuidei de seu filho e me intrometi nas vezes em que acreditei que houvera injustiça com aquela criança de cinco anos. Fui namorada, madrasta, amiga, conselheira e aluna. Fui sua, embora meu coração vivesse turbulências do passado.
Chorei. Derramei lágrimas como nunca haviam caído por outra pessoa. Cuidei, me preocupei, protegi e mudei. Eu mudei minha vida, minhas escolhas, minha cabeça e mudei à mim. Tudo o que era simples e feito dentro de mim, tornou-se rápido, pequeno e passageiro. As mudanças me fizeram colocar os pés no chão, aceitar as deficiências da vida e me preservar dos males que a impulsividade poderia me causar. Descobri que o amor, muitas vezes, é manter-se longe. E a frase “Você tem que aprender que existem pessoas que permanecem em seu coração, mas não em sua vida” nunca fez tanto sentido.
Te amar para sempre é o mesmo que ter um grande problema e achar que nunca irá resolvê-lo, pelo tamanho da confusão, pelo que se sente agora. O “aqui e agora” me traz a sensação de que a única pessoa pela qual eu tomaria veneno, como num romance, seria você. É você. Será você até que outro amor me faça achar algum motivo.
Eu quero que me perdoe por todas as vezes que não respondi suas gentilezas, por quando desisti de nós e tentei voltar ao meu amor antigo, pelas vezes que fui fraca, por quando precisei ser sincera e agi em meio às mentiras, por não ter tido coragem e, por julgar-te covarde, sendo ainda mais medrosa que você.
Quero que me dê seu perdão. Embora eu tenha certeza de que ele só virá com o tempo. E de que não terei muitas chances para mostrar que, apesar de parecer o contrário, eu lhe amo. Lhe amo. E sei que devo desculpas à todas as pessoas que enganei durante todo esse tempo.
Eu amo você com a doçura dos meus beijos, das mãos que lhe fazem carinho, do coração que é sereno ao seu lado, da vontade duradoura de casar-me e ter filhos, ser feliz, e passar longos dias de férias em sua companhia.
Não sou perfeita. Não sou a pessoa mais interessante, linda e fascinante do mundo. Sou cheia de defeitos, falhas e erros. Falo sem pensar, tomo atitudes e decisões precipitadas, corro atrás só quando já não é mais meu, e costumo me desfazer daquilo que gosto. Mas eu prometo mudar. Prometo com a única esperança que me resta de sorrir tranquilamente: você.
Porque eu estou sujeita a ser outra pessoa desde a primeira vez que me olhou nos olhos e disse: “Gostei do seu jeito.”. Eu tenho que dar o melhor de mim para merecer cada dia do nosso amor. E já não é desrespeitar aos meus desejos, ao meu jeito, meus ideais – é respeitar o que sinto.
O que sinto é simples e bonito, assim como as flores. É especial e único, assim como cada sorriso. É bobo e engraçado, assim como o palhaço. É triste e frio, assim como a solidão. É encantador e harmonioso, assim como a música. Está cada dia num lugar, mas continua o mesmo, assim como o ponteiro do relógio. E faz a vida parecer fácil, me dá forças, e eu tenho confiança nisto. O que sinto é Amor.
É o presente mais sagrado que Deus poderia me dar. Uma nova chance. Um amigo à quem compartilhar meus momentos de fraqueza. É com quem, se você permitir, quero passar o resto dos meus dias.
Meus dias de sol serão teus. E todos as histórias românticas eu dedicarei à você. Dessa vez, eu tenho um único compromisso em minha vida: te ver bem. O resto serão planos. E a única coisa que irá me satisfazer é saber que estamos juntos. Aqui, agora e para sempre.
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