Respeite o tempo. Possivelmente eu mudei de opinião.

domingo, agosto 07, 2011

ALL YOU NEED IS.

Quando se deixa de amar, vai-se perdendo a pureza. Mas quando é que se deixa de amar? Quando os sonhos se vão, a memória não traz, os ouvidos não pedem, a pele não arrepia saudade, a comida salgada não tem gosto doce, a pimenta começa a arder, o verão é apenas uma estação e o inverno rima com tristeza. Deixa-se de amar quando a alma fica tranqüila, exageradamente tranqüila. Vazia.
O amor é isso. É enriquecimento. O ser-humano pode se negar muitas vezes, mas é pelo amor que ele vive. É por este preenchimento interno de carinho, atenção, bondade, esperança. O amor é que nos faz sonhar, nos faz criar planos, nos faz enxergar as coisas mais belas do que elas são. O amor é poesia. É coragem, lealdade, mãos fechadas, olhos atentos, suspiros, lembranças... Amor é fundamental.
Todos vivem pelo amor da mãe, do pai, do irmão, do amigo, da namorada. É assim: amor. Eu quero amor! – Quem nunca sentiu-se desamado quando a mãe lhe abandonou por alguns minutos enquanto criança? Quem nunca sentiu-se sem amor quando o namorado traiu? Quem nunca pensou o amor não existir quando decepção?
Porque o amor nos causa orgulho. Orgulho de nós mesmos. “Eu me orgulho porque sou amado”. E qualquer gesto inocente fere este orgulho, dói, machuca e mata. Mas o amor é renovação. É uma nova chance. Não tem egoísmos e há perdão, mesmo que tardio.
Percebam que, ao andar pela rua e esbarrar num estranho, logo nos desculpamos. Mas em casa, ao esbarrar de leve na esposa, o marido raramente se desculpa. Porque o amor também causa costumes. E é este o erro: nos acostumar. Nos acostumar com o pouco, com o estranho, com a dor, com a quietude, com não se fazer nada. Nos acostumar com o erro.
Amor também é aprender. Amor também é gentileza. É aquele casal que está casado há 80 anos e, o segredo disto é, sentar todas as noites e pedir “Me perdoa?”. É sentar todas as noites e dizer: “Obrigada”. – Me perdoa mesmo que eu não tenha errado, e obrigada por continuar aqui.
O amor é um mistério, embora haja milhões de definições. Pois eu amo de uma maneira, e tu amas de outra. Cada um sabe sentir de um jeito diferente este tal “amor”. Ele pode nascer numa troca de olhares ou logo que saímos da barriga da mamãe. Ele pode ser pela pessoa da sua vida ou por sua família. Ele pode acontecer por várias pessoas ou por apenas aquelas pessoas. O importante é que ele exista.
– "Mesmo que ele tenha me deixado, eu ainda tenho o amor de meus pais, amigos e irmão. E isto não muda a minha vontade de amar". O amor me habita. Ele me encontrou. Fez de meu corpo a sua casa. Faz de mim uma pessoa melhor. Me faz querer crescer e provar que este amor é real. Ele me sufoca, às vezes. Mas eu o reinvento. E então, quando noto, já me habita de outra forma.
O amor me faz mais bonita. Traz vontade de olhar-me no espelho e vestir aquela roupa nova com sapatos que combinam. – O amor é entusiasmo. É uma força que empurra a gente. São pernas mais velozes, são sentidos mais agudos. O amor é uma raiva, um fervor, um desejo maior que brota dentro de nós e diz: “Vai!”.
Porque a vida, sem amor, não é vida. É apenas uma passagem... O amor são gotinhas que caem da chuva e molham nosso rosto quando o calor é insuportável. É um refresco. Um consolo. É a esposa esperando o marido ao final do dia cheia de amor para dar, para esquecer os problemas, para falar sobre isto e achar uma solução.
O amor é colo, ombro, mãos que secam as lágrimas.
E, se um dia, por ventura, desacreditar neste amor... Lembre-se de que ele é como a chuva que, não poderia cair em todos os momentos, pois assim não haveria sol. – E nós também precisamos do sol. – É como o vento que não se pode ver, apenas sentir. É como a Bíblia que guardamos na primeira gaveta: não a lemos sempre, mas ela está ali.


O amor está ali, aqui, em todos os lugares.
Acredite!

E, a Bíblia, é o livro que não se pode deixar de ler. Não é mesmo? Há tantas palavras belas e ricas no Livro Sagrado... Ah! O amor!

3 comentários:

ANA ROOS disse...

lindo... sabio... doce e triste ao mesmo tempo...

Te desejo que nunca se esqueça, nunca desacredite nesse amor!

Com certeza é isso que te faz ser linda como é!

Beijinhos nesse coração lindo!

Marco Romer disse...

Duas coisas que as pessoas se desacostumam a fazer, infelizmente: se desculpar e agradecer. O amor não sobrevive sem a gratidão e o perdão, nunca. É impossível. Mas o "cotidiano" acaba matando comportamentos tão importantes. Então o amor morre junto... e ainda se perguntam por quê. Lindo texto, como tantos outros. Sua sensibilidade encanta.

Dalila Pinheiro disse...

O amor é assim...
Mais uma vez aqui para me encantar e me identificar com os seus textos! Não pare de escrever!!